quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Oração da Bailarina.



Venho a Ti Senhor,
inclino meu corpo diante de Ti, com gesto de Graça.
Trago em oração tudo o que me move.
Meus pés, a cabeça, as mãos, o meu corpo.
Meu corpo, meu corpo, meu corpo, meu corpo.
Meu corpo sou eu, minha alma é a dança,
a música, o clima, a luz o arco-íris.
Te trago palavra de músculo e vida,
eu sei que o mundo há que não me entendam
o meu linguajar e não compreendam o que falo, o que expresso, que digo e que grito.
Mas tu compreende Senhor a minha alma!
Momentos eu tenho que sinto um vazio, vazio profundo, silente e escuro.
E eu apalpo com as mãos a vida invertida do nada, que grita que clama e reclama.
E nesse momento eu sinto uma força sugando as veias, os braços, as pernas, e sinto-me leve.
E acordo a saudade de ser pena de ave, de voar nos ares e então ressuscita o meu corpo do nada.
E brinca e se atrela na estrela mais alta, mais linda, mais pura.
E assim pelos ares eu sinto que as vezes eu não fui criada para morar na terra.
Meu Deus! 
A dança se faz de exaustão e cansaço, é a parte de terra que me corresponde.
É a parte do nada que a mim só pertence, é a parte do barro que fui criada.
Meu Deus!
Não me deixe sozinha nos ares, faz que eu supere o limite do corpo, meu corpo.
Meu corpo, meu corpo, meu corpo, meu corpo!
Meu corpo sou eu não me deixe só!
Quando a bailarina dançou tão lindo e Herodes cumpriu a horrenda promessa e o prêmio da dança,
foi numa bandeja a cabeça de João o grande Profeta.
Todos nós dançamos a dança macabra,
a dança do corpo vendido, entregando a dança abjeta, o objeto do corpo vendido.
Meu corpo sou eu, me fazem objeto!
Me usam, me olham, me trocam, me esquece, me querem, me sugam, me puxam, me espreme,
me fazem objeto me fazem abjeta, ma eu não me entrego!
E danço sozinha, rasgando infinito imenso vazio do nada.
E Te encontro, encontro o Teu dedo indicando o caminho, contando os meus passos,
marcando as entradas na coreografia e o imenso cenário de todo o universo da vida mais oura.
Meu Deus!
Meu feitor!
Pai e meu tudo!
Me deste a linguagem dos privilegiados, o idioma que um dia na vida futura falaram os corpos dos ressuscitados.
Fizeste-me uma anjo, um pássaro, uma ave.
Escuta meu grito de músculo e raça.
Meu corpo sou eu!
Sou eu quem te adoro!


    A Oração da Bailarina foi escrita pelo Pe. Irala SJ. 


É linda essa oração não é mesmo?
Não tenho mais palavras para escrever.. Ela ja diz tudo!

Confira o vídeo que eu fiz com essa oração. Beijinhos fiquem com Deus!





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